quarta-feira, maio 31, 2006

Terminado!

 

Sim, terminei o mestrado! :D

Ou quase: a discussão das teses foi hoje, agora segue-se um período de avaliação. Lá para finais de Junho devo saber a nota e dar com o meu diploma na caixa de correio em Alcobaça. Nessa altura, sim, serei Mestre com toda a propriedade académica.



Agora a coisa limita-se a despedidas, arrumar, tratar dos últimos detalhes (como fechar a conta bancária na Suécia), dar os últimos presentes, fazer o resto das malas, despedir-me do pessoal aqui do apartamento e pimba: Portugal comigo!!! :D Ainda pensei em ir uma última vez a Estocolmo e visitar uns quantos sítios que ficaram por ver, mas não sei se terei tempo suficiente.

Estou a quatro dias de ir para casa! :D

sábado, maio 27, 2006

Passeio sueco

 

Hoje foi dia de mais uma visita de estudo, daquelas que não são oficiais porque não são patrocinadas pelo departamento, mas que os professores decidem organizar na mesma e os alunos concordam de imediato :]

Assim, hoje de manhã, eu e mais quatro colegas meus metemo-nos em dois carros de duas professoras - a Alexandra e a Anika - e partimos num périplo de 400 quilómetros pelo centro da Suécia, em torno do lago Mälar (o mesmo que banha Estocolmo). Vimos cemitérios das Idades do Bronze e do Ferro, antigos locais de assembleia, vestígios de fortalezas, pedras rúnicas às dezenas e ainda partes intactas de uma estrada milenar que era usada por reis para se darem a conhecer aos seus súbditos numa viagem pós-coroação. Só para dar uma ideia do que foi, cá vão algumas fotografias.



Uma colina funerária num dos pontos mais altos num raio de dezenas de quilómetros.



Parte do tecto de uma igreja medieval.



Lasanha vegetariana na casa de Verão dos pais da Alexandra :p



Uma das mais lindas pedras rúnicas da Suécia, gravada numa encosta rochosa de um bosque sueco e decorada com figuras alusivas à lenda de Sigurd, o herói escandinavo que mata o dragão Fafnir, deita mãos a um anel amaldiçoado e, enquanto cozinhava o coração do dragão numa fogueira, toca-lhe e queima-se, levando o dedo à boca. É precisamente essa parte da história que podem ver na fotografia ;)



Uma sepultura-navio, nem de perto tão bonita e perfeita como a que vi na Gotlândia, mas ainda assim localizada mesmo ao lado de uma das maiores colinas funerárias da Escandinávia.



Também ao lado da colina, uma fila de pedras (lado direito da fotografia) que ladeava a estrada real que o soberano usava para a sua aclamação em todos os locais de assembleia do reino.

sexta-feira, maio 26, 2006

Gotlândia V: o sul da ilha

 

A rotina matinal do terceiro dia foi a mesma do segundo: acordar às 8, tomar banho e comer, sair na carrinha com o resto dos colegas e professores às 9. A diferença é que desta vez fomos para sul. Novamente, vimos diversas igrejas e cemitérios antigos, mas também os vestígios de uma aldeia e de uma fortaleza usada no período vikingue. Ah, e tivemos um incidente com um número considerável de vacas que quase me iam levando à frente, momento que a minha mãe andava deserta para ver mencionado aqui no blogue :p Cá vão umas fotografias.



O prado das vaquitas, localizado numa pequena área protegida, património não só natural, mas também histórico, já que na mesma zona, nas margens de um lago, encontram-se os vestígios de um porto vikingue:



O acesso ao porto era feito através de um canal que ligava o lago ao mar. Hoje em dia ainda é bem visivel, mas o tempo reduziu-lhe a profundidade e a largura:



Entretanto, quando estavamos a caminho da carrinha para irmos ver os vestígios da fortificação que protegeu um outro porto posterior mesmo ali ao lado, parámos para tirar fotografias a coisas como esta orquídea selvagem, flor comum na Gotlândia...



...ou as ditas vacas, uma manada inteira delas a pastar e a correr de um lado para o outro. Enquanto os outros seguiam para a carrinha, a professora Anika ficou para atrás a tirar fotografias às flores e eu fiquei com ela, entretido que estava a fotografar as vacas e a gritar «Mu!» Devo tê-las provocado, porque minutos depois elas estavam todas em linha de frente para nós os dois:



E não pensem que elas ficaram quietinhas. Assim que eu e a professora Anika começámos a andar elas vieram atrás: se paravamos, elas paravam, se acelaravamos o passo elas faziam o mesmo. A Anika dizia para eu não correr, eu só pensava no jeito que me dava ter um Subcomediante por perto. Só depois de uns minutos em que nós os dois nos virámos para elas a gesticular para darem de frosques é que as vacas começaram a correr noutra direcção. Cagaço do caraças :p



Passada a vacalhada, vimos estes vestígios de uma muralha do final do período vikingue...



...e o que resta das fundações de uma igreja mais antiga, mesmo ao lado de uma posterior que começou a ser construida no século XIII, mas nunca chegou a ser acabada.



Uns bons quilómetros para sul depois, eis uma pequena maravilha:



Uma sepultura-barco, com as pedras dispostas de modo a formarem o contorno de uma embarcação. Data da Idade do Bronze e julga-se que a simbologia inerente é a do navio que leva o morto para o Outro Mundo, se Ilhas Afortunadas, Terra do Verão Eterno ou outra forma de paraíso é uma questão sem resposta. Deixando a faixa costeira e indo outros tantos quilómetros para o interior, eis os vestígios de uma povoação com casas de fundações de pedra:



Não se sabe ao certo porque é que a aldeia foi abandonada. As escavações arqueológicas revelaram sinais da ocorrência de vários incêndios. Após uma refeição nos limites daquele local, seguiu-se outra igreja medieval...



... com estas pinturas bizantinas na parte superior de um dos arcos da nave:



Seguiu-se uma última igreja, com um crucifixo medieval de madeira do tamanho que se pode ver...



...e depois, finalmente, os vestígios da fortaleza usada no período vikingue:





O local chama-se Torsburgen. Foi construido por altura Idade do Ferro Romana e reutilizado durante o período vikingue, mas desconhece-se se alguma vez albergou uma povoação permanente ou se era apenas um local de refúgio. Seja qual for a resposta, a verdade é que para manter a fortaleza seriam precisos uns bons milhares de homens, porque a coisa tem um perímetro total de cinco quilómetros!!! Podem ver uma fotografia area aqui.

Finalmente, já com a chuva a cair e após uma paragem numa povoação na costa oriental da Gotlândia, partimos em direcção à última etapa do dia: um dos mais lindos cemitérios da Idade do Ferro que a ilha tem para oferecer, de nome Trullhalsar. O problema foi mesmo dar com o local, escondido no meio de uma floresta e com acessos dificeis, mas graças a mim, à Alexandra e ao óptimo mapa que estavamos sempre a ver (tão detalhado que até tinha os carreiros de cabras que quase ninguém usa), lá demos com a coisa. As campas lá existentes são mais de trezentas e de formas diversas, pelo que vos deixo apenas com umas quantas fotografias:







Agora vou-me deitar que amanhã é dia de mais uma visita de estudo, desta vez a uma região a sul de Estocolmo. Vamos ver mais cemitérios, antigos locais de assembleia e estradas reais, devidamente ornamentadas com pedras rúnicas. Mais fotografias amanhã ou domingo ;)

quinta-feira, maio 25, 2006

Gotlândia IV: o norte da ilha

 

O segundo dia na Gotlândia começou pelas 8 horas da manhã, para tomar uma banhoca, vestir e tomar o pequeno-almoço. Às 9 estavamos de abalada para o norte da ilha.



O programa do dia incluia a visita a diversas igrejas medievais, um cemitério da Idade do Ferro e uma ida à ilha a norte que também faz parte da Gotlândia, onde iamos ver uma pequena aldeia piscatória e vestígios de um antigo porto vikingue numa praia com formações rochosas que são imagem de marca da região.



Esta foi a primeira igreja que vimos, localizada numa aldeia chamada Källunge. Cosntrução do século XII em estilo românico e com fortes influências ortodoxas no interior, no século XIII foi alvo de obras que nunca chegaram a ser terminadas.



De seguida fomos a esta outro numa localidade de nome Bö. Esta igreja tem três coisas interessantes:



Uma pedra pictórica que foi usada como material de construção para uma das paredes. Nada de novo quanto a esta prática, basta lembrar que a Basilica de São Pedro em Roma foi construida em parte com pedras do Coliseu ou que até há não muito tempo atrás se usava pedras do castelo de Alcobaça para construir casas.



Uma fonte baptismal linda!



E esta janelinha pequenina numa parede. Servia para as pessoas que estivessem do outro lado, numa sala apertada, também pudessem assistir à missa. E quem é que estava fechado na sala, perguntam vocês? Os doentes ou as mulheres que tivessem dado à luz há pouco tempo, por exemplo.

Depois fomos ao tal cemitério, onde as sepulturas estão marcadas por pedras simplesmente amontadodas...



... ou dispostas de uma forma mais trabalhada:



Após um piquenique no cemitério, seguimos para a próxima igreja, uma que tem esta torre...



...e que por dentro tem este aspecto:



Depois viajámos coisa de meia hora para norte, onde apanhámos o barco para a ilha de Fårö (lê-se Fourö, não é Faro :p)...



... onde visitámos esta pequena aldeia piscatória...



... e vimos estas rochas numa praia mesmo ao lado:



Também ao lado, a Alexandra mostour-nos os vestígios de um porto vikingue, alguns túmulos e o que resta de uma igreja antiga:



Depois ainda visitámos outro cemitério, demos um passeio pela faixa costeira e regressámos a Visby.



Portugal: 8 dias!!!

quarta-feira, maio 24, 2006

Contagem decrescente

 

Já está! :D

Finalmente acabei a tese! Escrita, revista, re-revista e enviada à Alexandra! :D Agora passam-me pela cabeça todas as dúvidas e mais algumas: será que corrigi aquela parte? Não me escapou nenhuma gralha? Eu formatei a coisa como deve ser? Pus os livros todas na bibliografia? O texto não ficou com buracos? Isto já me passa daqui a umas horas... :p

Entretanto...

A contagem decrescente começa hoje! Estou a 10 dias de voltar para casa!!!! :D

É mais dois que eu perco

 

A saga dos aniversário de Maio continua!

Parabéns ao Pedro Rilhó, que fez ontem 21 anos de casado... com ele mesmo :p Espero que o teu dia tenho tido muito de Will & Grace, Family Guy, Monty Python, South Park, Dawson's Creek, Simpsons, Cracking Up, Daily Show, Colbert Report, gajos que se chama Earl, Sexo na cidade, desesperos de dona de casa e, é claro, Friends :p

E Parabéns à Eunice, a minha "colega" de colégio preferida. Que continues firme e hirta na vida e sempre pronta para uma boa farra com uma boa gargalhada a acompanhar ;) Só para ti e com muitos desejos de muitas felicidades, aqui vai uma coisinha para recordar aquela bela Festa do Fetiche no Lux, faz hoje exactamente um ano:


Parabéns!!!!! :D

terça-feira, maio 23, 2006

Gotlândia III: Visby é linda!

 

Visby, capital da Gotlândia, lembra Évora mais do que Óbidos. Porquê? Porque enquanto Óbidos manteve o seu aspecto de vila medieval, concentrada practicamente dentro das muralhas, Évora cresceu para fora delas como qualquer outra cidade. Assim é Visby: antiga, bela e um emaranhado de ruas e edifícios medievais dentro de muralhas, mas mais moderna fora delas, com grandes superfícies comerciais, terminais rodoviários, casas mais modernas, etc. Ainda assim, não deixa de ser um sítio único que nos transporta facilmente para uma Gotlândia de há séculos atrás, a da Liga Hanseática e do apogeu militar sueco, da riqueza e influências trazidas pelas rotas comerciais com o sul do Báltico e o oriente cristão ortodoxo, das convulsões religiosas do século XVI e das guerras com a Dinamarca.



Uma das ruas comerciais da cidade e o hotel onde ficámos do lado esquerdo:



Uma das casas mais altas da cidade medieval, construida no século XIII...



... e uma das mais baixas, ainda em madeira e segundo um método de construção com séculos de idade:



A por vezes chamada Torre da Pólvora, localizada a poucos metros da praia e parte da antiga defesa portuária da cidade. Lá dentro era um constante baixar de cabeça, ter cuidado para não tropeçar e subir por escadas de madeira:



Outra casa também pequena, mas desta vez de pedra...



... e com uma taverna medieval na cave :D





Para além da longa muralha e dois fossos (fotografias numa entrada mais à frente), Visby tem também uma série de igrejas. Fazendo contas de cabeça, lembro-me de pelo menos umas dez na cidade medieval, o que é muito tendo em conta a pequena dimensão do burgo. A abundância de templos deve-se em primeiro lugar à riqueza que a cidade deteve graças ao comércio, mas também à diversidade de pessoas que habitavam ou passavam por Visby, o que levou à construção de diferentes templos consoante origens e tradições religiosas. A catedral da cidade, construida no século XII, tem actualmente este aspecto (notam um toque ortodoxo nas torres?):



Mas muitas das outras igrejas de Visby encontram-se em ruinas. Várias foram fechadas ou simplesmente abandonadas durante a Reforma Protestante no século XVI, outras foram destruidas por incêndios e acabaram por nunca ser reconstruidas. A preservação das ruínas até aos nossos dias deve-se em larga medida a um édito real sueco de 1666, que protegia vestígios históricos e impediu a sua destruição para dar lugar a novas construções. Eis fotografias de algumas das igrejas abandonadas:







Digam lá se isto não parece o Convento do Carmo em Lisboa? :p



Do alto da última igreja em ruinas que visitámos, deu para uma fotografia do pôr do sol sobre o Báltico: