quarta-feira, agosto 24, 2005

Olha o "stôr"!

 

O dia de hoje resumiu-se a compras e aos primeiros contactos com o mundo universitário de Uppsala, tanto alunos, como professores.

Começou com uma gaffe típica de aluno estrangeiro acabado de chegar: entrei numa loja a pensar que era um supermercado (por causa dos carrinhos de compras à porta) quando, afinal, era apenas uma loja de brinquedos :p Depois de perguntar a um nativo lá descobri onde comprar comida. Foi aí que constatei em primeira mão o preço das coisas na Suécia. Por exemplo:

Pacote de 1 litro de leite (ecológico) – 8.80 Kr.................0.95 euros
Manteiga – 12.90 kr............................................................1.40 euros
Lata de feijão – 7.90 kr.......................................................0.85 euros
Champon Fructis – 25.90 kr..............................................2.80 euros
4 maçãs (600 gramas) – 7.79 kr........................................0.84 euros

Ok, eu estou espantado. Ou fiz mal as contas ou já não me lembro bem quanto é que as coisas custam em Portugal, porque tudo isto parece-me barato e eu sempre ouvi dizer que na Suécia a comida é cara. Às tantas tive sorte e acertei no minipreço da àrea, lol.

Mais tarde dirigi-me à Biblioteca Universitária para a partir de lá conseguir chegar ao meu departamento, o de Arqueologia e História Antiga. Por detrás da biblioteca fica um jardim repleto de árvores (muitas aveleiras, Miz!), o Engelska Parken (Parque Inglês) e logo a seguir fica o Centro Humanístico.







É no edifício número dois do Centro que se encontram os gabinetes dos meus professores e coordenadores e as salas onde terei muitas das minhas aulas. Conheci o Dr. Lars Karlsson, director de estudos do departamento (pensou que eu era americano por causa do meu inglês, lol) e a Eva-Lena Wahlberg, administradora do curso, ou seja, é quem trata da papelada. Baixinha e super simpática, esta senhora cuja especialidade é Egiptologia foi uma ajuda imprescindível em todo o meu processo de candidatura, sempre pronta a indicar quais os passos a tomar. Agradeci-lhe e ela retribui mostrando-me o gabinete dela (do tamanho de uma sala de estar em Portugal, mesmo ela acha-o enorme e diz que até podia dormir lá dentro, lol) e levando-me numa visita guiada à biblioteca do departamento (tem o nome de uma poetisa sueca que estudou em Uppsala, Karin Boye).

Em frente à entrada do Centro fica o cemitério antigo de Uppsala (o novo é mesmo ao lado). Segundo a Eva, uma aluna disse-lhe uma vez que aquela visão fazia-a pensar que não valia a pena estudar, LOL!



Depois dirigi-me a um banco para abrir uma conta e ainda a uma das nações. As nações, diz o Guia Internacional de Estudantes, são clubes que datam do século XVII e cada uma tem o nome de uma região da Suécia, sendo essencialmente para estudantes oriundos de cada uma delas. Têm bares, salas de estudo, lazer e convívio, bibliotecas, orquestras e coros próprios, clubes de uma catrafada de coisas que vai desde o teatro e dança, passando por desporto e mesmo teologia ou fotografia, incluindo estúdios devidamente equipados para revelação. Oferecem jantares e almoços, organizam festas e bailes, jogos ao ar livre, visitas guiadas pela Suécia, viagens para fora do país e algumas das nações têm oradores convidados todas as semanas para um debate ou uma reflexão sobre um determinado tema. Os estudantes estrangeiros, como não são originários de nenhuma das regiões suecas, podem escolher qualquer uma das nações. Neste momento, grande parte da coordenação da semana internacional está a ser feita na de Västgöta (fundada em 1639) e todos os eventos têm basicamente três objectivos: 1) dar-nos as boas vindas, 2) integrar-nos na vida em Uppsala, estudantil ou não, mostrando-nos como funcionam e onde se encontram as coisas e 3) ajudar-nos a escolher uma nação, sendo que a inscrição numa implica também a inscrição na Associação de Estudantes (de resto, obrigatória, porque sobre ela recai a responsabilidade pelos alunos). Temos até ao final do mês para nos decidirmos, uma vez que o cartão de estudante é o da associação. Sem ele não nos podemos inscrever no curso ou aceder a qualquer serviço que funcione com base no estatuto de estudante, mas, enquanto não me decido, tenho um simples cartão temporário (uma coisa rosa de papel).



Da porta da Nação de Västgöta (na foto acima), eram três da tarde (menos uma hora em Portugal), partiram três grupos para uma visita guiada pela cidade. O guia daquele em que eu me encontrava chamava-se Christian, um rapazinho alto, loiro e de olhos azuis (claro!), assim meio atrofiado, mas simpático, o que lhe dava um arzinho querido no seu andar e fala em inglês meio atrapalhada, lol.



Ele mostrou-nos a localização dos edifícios das nações (têm sedes próprias, casas inteiras com vários pisos), dos serviços administrativos da universidade, as faculdades, bancos, principais ruas e diversas lojas, inclusive uma de bebidas alcoólicas. Pelo meio encontrei o rapaz que vinha ao meu lado no autocarro do aeroporto (o tal que estava a ocupar o lugar junto à janela): chama-se Owen, é irlandês e está cá em Erasmus. O Christian contou-nos algumas histórias interessantes como, por exemplo, que quando no século XIX a Universidade de Uppsala fez 400 anos o governo sueco ofereceu aquele que é actualmente o edifício principal, mas na comemoração dos 500 anos a prenda foi bem mais modesta, ficando-se por um tapete de parede, lol.



Às seis horas da tarde abriu uma noite de festa no bar da Nação de Norrland. Lá encontrei o Owen e mais pessoal que tinha estado na visita guiada: três inglesas e uma holandesa, esta última também a tirar mestrado. Sentados e em amena cavaqueira, foram-se juntando mais pessoas à nossa mesa (metiam simplesmente conversa): duas suecas, um polaco, uma alemã e, mais tarde, dois australianos e houve ainda um alemão que não se juntou, mas com quem uma das inglesas meteu conversa: estava a derreter-se só de o ver e eu não a podia censurar :p Portugueses nem vê-los, pelo menos por enquanto.





O Owen em momento Kodac (sim, é o de t-shirt azul).

E sim: a Suécia é mesmo um cocktail hormonal altamente explosivo! Por alguma coisa as conversas no bar foram várias vezes para esses assuntos e não, não “provei” nada sueco :p

Já agora, o meu agradecimento ao Nuno pelas mensagens que ele me mandou à tarde: boas gargalhadas calham sempre bem :)

1 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

já arranjaste amiguinhos novos...?
estou... *sniff* contente... por ti...
mas... vais... esquecer-nos

BUAAAAAAAAAAH!!!! ;__;

TRAIDOR!!!
ok, manda beijinhos aos irlandeses! :D

***

1:19 da manhã  

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