domingo, dezembro 11, 2005

Caça-prendas ponto pt

 

Acordados e espevitados graças a uma boa dose de humor, três dos portugueses de Uppsala - eu, a Helena e a Rita - meteram-se esta manhã a caminho da estação de comboios da cidade. Destino: Estocolmo, à caça de boas prendinhas de Natal :)

Já de bilhetes comprados e à espera do nosso "quimboio", ainda houve tempo para um cafézinho e um delicioso bolo de canela sueco. Às 11.10 lá partimos de viagem em direcção à capital sueca, onde uma vez mais eu me apercebi que é uma cidade mais fria que Uppsala. De qualquer modo, assim que lá chegámos metemo-nos a caminho de Gamla Stan, a cidade antiga, onde, para além das ruas, cafés, bares e restaurantes pitorescos, se encontram concentradas imensas lojinhas para turista ver e deixar o seu dinheiro, lol. Mas ainda nem tinhamos entrado na ilha onde se encontra a coisa, quando demos de caras com isto:



É verdade! Este senhor de barba proeminente teve a "excelente" ideia de fazer aquecimento de tronco nu em plena rua de Estocolmo! E frio, não? :p Em poucos segundos era ver umas quantas pessoas a sacarem das máquinas fotograficas, eu incluido, LOL!

Já em Gamla Stan, a coisa tomou o desenvolvimento normal: de loja em loja, a ver coisas lindíssimas, giríssimas e, especialmente nas lojas com imensos peluches, super fofas! Eram o tipo de coisas que uma pessoa adoraria comprar aos sacos cheios, mas o dinheiro não dá para tudo, a prioridade no Natal é as prendinhas para os outros e eu na sexta-feira já tinha comprado umas coisinhas para mim :p Lá nos contivemos... pelo menos na maior parte dos casos :] Entretanto...



...deu-se o incrível! A Rita descobriu o Boda em Estocolmo, LOL! Assim se encerra uma questão que durante décadas tem atormentado milhares de jovens estudantes portugueses :p

A dada altura, umas quantas lojas depois, subimos uma estreita rua em direcção a uma feira de Natal que se encontrava numa das praças da cidade antiga:



Num cantinho da praça, havia uma barraquinha com uma roda a girar e enormes coisas...só depois nos apercebemos que eram barras de chocolate com um tamanho do caneco! Cada uma pesava dois quilos e de certeza que não tinham menos de meio metro de comprimento.



Tudo o que tinhamos que fazer para ganhar uma era pôr dez coroas na ranhura de um dos números à nossa frente e rezar para que fosse esse o que saísse na roda. Como se pode ver, eu escolhi o número vinte e cinco (olha lá a luzinha em cima acesa):



Passados uns minutos, por entre as nossas gargalhadas ante a ideia de podermos apanhar uma enjoadela de chocolate, a Helena gritou de alegria: tinha saído o número seis, precisamente aquele em que ela tinha apostado! :D Infelizmente, não sabiamos que os chocolates de meio metro só eram atribuidos aos números com a cor amarela, e o seis estava a assinalado como sendo azul... podiam ter-nos dito a coisa ao princípio, não!!!??? E basar, não? LOL! Ainda assim, deu para ter uma pequena amostra do doce sabor da vitória (literalmente):



Numa outra ponta da feira, outra preciosidade: póneis! :D Tão fofos! Dava vontade de levar um para casa, lol. Estavam lá para as crianças os poderem montar por cinquenta coroas e darem uma voltinha em cima deles. Os animais eram tão queridos, que quando a Rita se meteu a fazer festinhas no focinho de um deles, ele quis-lhe lamber a mão (lamber, não era trincar!). Pouco depois, apareceu um rapaz sueco que se meteu a dar uns petiscos ao pónei, momento que nós quisemos logo registar para mais tarde recordar (ai, rimou e tudo, lol):



Ainda na mesma feira, a dada altura demos de caras com uma barraquinha onde, por vinte coroas, as pessoas escolhiam um dos sacos que lá estavam e ficavam com o que estava dentro dele, sendo que todos os sacos tinham um prémio. Como a ideia estava gira e até era barato, 'bora tentar! Calharam-nos uns peluches meio catitas e que entraram logo para a fotografia num momento Kodac (reparem no sapo rosa entre mim e a Rita):





De volta à rua por onde tinhamos subido para a feira, entrámos num cafézinho que, como muitos dos cafés, bares e restaurantes de Gamla Stan, tem uma cave em pedra ou tijolo vermelho, com um ar muito medieval. Neste caso, segundo um papel que lá se encontrava, as paredes eram parte da antiga muralha de Estocolmo, o que explica os arcos emparedados em que a Rita reparou e que nos pôs a pensar se o sitio não seria a antiga câmara de um sistema de esgotos de há séculos. A descida, como podem ver, foi assustadora, quanto mais não seja pelos malditos degraus em que tropeçámos mais do que uma vez :p



Uma vez na cave, a Rita e a Helena alimentaram-se de uma bela refeição servida no local, enquanto eu comia as minha sandes e fruta meio à socapa e falavamos os três de coisas que eu na minha ingenuidade não percebi bem o que era, mas metia co...col...con... e testas e tal... LOL! Aos leitores deste blogue: foi uma piada privada, meus caros. Eu depois conto ;)

Mais umas quantas lojas, mais umas prendinhas e eis que damos de caras com um cruzamento muito interessante entre um estabelecimento de venda de recordações para turistas e uma sex-shop (oh yeah!). Por entre vacas e porcos voadores (verídico!) eu dei de caras com isto:



Então, alguém está interessado numa destas? São grandes, sempre em pé e obviamente gays, ou não tivessem as cores da bandeira arco-íris. Só não mexem sozinhas, com ou sem pilhas, LOL!



Ainda outra loja e eis que damos de caras com um pedacinho de Portugal em Estocolmo :]



Uma bonita vista de uma estreita rua de Gamla Stan à noite, com uma torre de igreja em pano de fundo. Eu disse noite? Ainda não passava das quatro horas da tarde! Entretanto, a precisar de descansar as pernas e de restabelecer energias, procurámos um sítio onde tomar qualquer coisita. Depois de termos entrado num bar irlandês onde as coisas eram mais caras que o meu trevo de quatro folhas com que eu vim ao mundo (LOL!), fomos a um bar que se identificava como sendo gay por uma bandeira arco-íris que tinha por cima da porta.



Mas um senhor bar gay! Tinha um ambiente acolhedor, descontraído e diversificado. Via-se todo o tipo de gente lá dentro, desde os dois rapazes abraçados ao grupo de amigos de ambos os sexos e passando por casais heterossexuais. Apesar de ser um local que se identificava com uma determinada comunidade, era, mais um espaço aberto a todas as pessoas, um que era de facto usufruido como tal por todos, o que me pôs a pensar no à-vontade com que cá se lida com a homossexualidade.

Já de compritas feitas e sempre a rir com qualquer coisa, saímos da cidade antiga e dirigimo-nos para a outra parte comercial de Estocolmo, a começar por uma praça que, disse logo a Rita, fazia lembrar o Rossio em Lisboa... que saudades! :) Lá encontrámos uma pequena pista para patinagem no gelo ao ar-livre...



... e, numa outra feira de Natal (eles cá têm-nas às mãos cheias e por todo o lado), uma rena :]



Às voltinhas de rua em rua, eis que demos ainda com as várias montras de uma única loja, excelentemente decoradas com bonecos que se moviam sozinhos e que recriavam cenas do imaginário popular natalício: os duendes, a chegada do Pai Natal à casa de alguém, os animais da quinta, a oficina no Pólo Norte onde são feitos os brinquedos e os seres da floresta. Está tudo em vários vídeos, eu depois mostro :) Entretanto também passámos por um dos ex libris de Estocolmo:



Depois dirigimo-nos à estação de comboios, de fachada devidamente iluminada...



... e passámos a porta para apanharmos o nosso de volta a Uppsala sob o olhar atento de dois pombos que andavam a voar dentro do edifício:



Agora já cá cantam mais três prendinhas, mas ainda falta comprar outras quatro e depois sim posso começar a fazer as malas: são só mais oito dias até apanhar o voo para casa!!! :D Sorte a das hospedeiras de bordo da TAP, que felizmente eu tenho com quem falar português cá em Uppsala, senão as saudades de falar a língua do D. Dinis e do D. Nuno Álvares Pereira iam ser tais que as mulheres iam ter que me aturar a viagem toda, LOL!

Beijinhos e abraços a todos! Mal posso esperar por voltar a ver o pessoal de Alcobaça, Nazaré e Lisboa :) Adoro-vos!!!! :)