terça-feira, fevereiro 14, 2006

Da neve faz-se...

 

...uma data de coisas! Mas, neste caso, alguém fez uns quantos bonecos numa das encostas junto ao castelo, mesmo em frente à biblioteca universitária Carolina Rediviva (ou seja, em pleno centro de Uppsala). O autor é anónimo (pelo menos tanto quanto eu saiba) e, quanto à data em que foram feitos, só sei que já lá estavam no domingo. Tomem lá as fotografias para se rirem e espantarem um bocado:













Quem quer que seja que tenha sido o autor (ou os autores), uma coisa é certa: grande(s) artista(s)! :D

2 Comments:

Blogger ... disse...

Ora e ja q estamos no dia dos namorados em que certamente o sol ja derreteu tais obras...
Talvez pelo excessivo calor vivido neste dia, talvez não...
Deixo-te um texto que se intitula "Elogio ao Amor Puro" de Miguel Esteves Cardoso, e que decidi partilhar, pelo presença e sentido, com alguns dos meus amigos...só alguns pq acredito n estar mm ao alcance de todos!LOL
Aqui Fica...

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona deverdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amarsem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque émais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas edas calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo deantemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amorpassou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numavariante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia serdesmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. Oresultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam"praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, doamor doente, do único amor verdadeiro que há¡ estou farto de conversas,farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vinamorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá¡ tudo bem,tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, banalidades,borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Jáninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, odesequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro acomer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Nãoé para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, apausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso"dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas edescanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não sevê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou aloja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. Éessa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não épara nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode.Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, paranos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho deinferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A"vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é umfim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Temtanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Nãodá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossaalma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe,não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso quea ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente eminta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidadepode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Nummomento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Pormuito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coraçãoguarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida,quando não esta lá¡ quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nossoamor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não seter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viversozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se podeceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Elogio ao Amor - Miguel Esteves Cardoso in Expresso

1:39 da manhã  
Blogger pedro disse...

«Nesta noite branca sou um boneco de neve e vu derreter quando os teus lábios tocarem nos meus!» LOLOLOL

10:32 da manhã  

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