quinta-feira, fevereiro 16, 2006

De volta a Estocolmo

 

Já não lá ia há uns tempitos, mas hoje, finalmente, voltei àquela maravilha de cidade que é Estocolmo. Há muita gente entre o pessoal que ia adorar ir lá.

Inicialmente, o motivo da viagem resumia-se a umas palestras sobre duas estações arqueológicas relacionadas com o período vikingue. Os discursos e apresentações iam ter lugar no Museu de História Antiga e não dúvido que tenha sido uma coisa muito interessantes...tenha sido! Isto porque, sem que a organização se desse ao trabalho de avisar as pessoas que se tinham inscrito para assistir, o programa foi alterado na questão linguistica: todas as palestras foram dadas não em inglês, como estava previsto, mas em sueco. Não que os intervenientes não tivessem capacidade para a coisa, muito pelo contrário: a generalidade deles até escreveu as suas teses de doutoramento em língua inglesa. E de nada valeu a Alexandra e uma colega dele interromperem duas ou três vezes para chatear os organizadores: em sueco se falou. Ora, como nenhum de nós, alunos estrangeiros do mestrado, estava interessado em ficar a ver passar navios (Rita, mais uma para a lista!), fomos embora a meio.

Ainda assim, nem tudo correu mal. Antes das palestras, eu, o Shane e a Aylin ainda fomos visitar as salas que não tinhamos visto da última vez que tinhamos estado no museu. Vimos a Sala do Ouro, a Sala das Tapeçarias e a Sala Medieval. Todas elas são simplesmente deslumbrantes, com uma enorme riqueza de artefactos em exibição. E é apenas uma pequena parte do total pertencente ao museu. Fotografias, logicamente que não as há: a natureza da exposição não permite essas coisas, mas tirei algumas no átrio:



Esta estátua é uma réplica de uma que se encontra actualmente em Veneza. O que é que uma coisa destas faz num museu de história antiga na Suécia? Simples...





Tem runas gravadas em ambos os lados. O leão encontrava-se originalmente no Pireu, o porto mais próximo de Atenas. Algum vikingue que passou pela Grécia decidiu deixar uma marca da sua presença, escrevendo um longo texto do qual, infelizmente, apenas restam algumas partes. Séculos mais tarde, quando os venezianos atacaram Atenas e na mesma altura em que bombardearam o Parténon, usado como armazém de pólvora, levaram como troféu de guerra um dos leões de pedra que adornavam o porto. Ninguém reparou nas runas até muito mais tarde.

Ainda no átrio do museu, pode-se ver esta pedra...



...e esta outra com inscrições rúnicas que nós os três tentámos decifrar minimamente :p



Quanto a Estocolmo, continua linda como sempre, desta feita com neve e muito gelo ;)





Como as palestras foram com o vento (Rita, temos outra parecida, LOL!), eu, o Shane, a Aylin e a Aurore decidimos ir apreciar outros museus da cidade, nomeadamente...



...o Museu Nacional Sueco...



...e o Museu de Arte Moderna.

Como é óbvio, não há fotografias do interior. Para poderem ver o que há lá dentro têm mesmo que vir cá e com a certeza de uma coisa: não teriam que pagar um único centavo, porque a entrada nos museus do Estado sueco é inteiramente gratuita :p E são locais onde se encontram obras de Rodin, Rembrant, Munch, Dali, entre outros. Mais um detalhe interessante: todos os museus têm dezenas de cacifos para as pessoas deixarem malas e objectos pessoais e um bengaleiro para os casacos, o qual não é guardado: a pessoa simplesmente vai por ela mesma atrás do balcão (quando ele existe sequer) e deixa lá o seu casaco, sem ser preciso ficha ou plaquinha com um número. Pelos vistos, ninguém tem receio de roubos, até porque parece não haver motivo para isso, e há um certo sentimento geral de confiança no próximo.

Como disse o Boss: "Ah, a civilização..."

3 Comments:

Blogger papoilasaltitante disse...

Beijinhos de cá do BURGO!!
Ah! a Civilização ...mesmo!!!

11:24 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Grandes fotos como sempre. Fica-se com vontade de ir visitar essa cidade que parece estar sobre o gelo.
Bjs e bom fim de semana . Lena (aqui da terra, bem menos civilizada!)

8:29 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Pois é, Museu Nacional, Museu de Arte Moderna, o Heliocoptero tem a sorte de contactar in loco com os ditos e pode deixar tranquilamente o casaco, sem ficha. Nós aqui é diferente. E não é só nisso: Berardo insiste em ter a sua colecção em Portugal, mas parece que não está a ser fácil. A malta aqui é mais bola e estádios de futebol e tal. Ser ultraperiférico é que está a dar (esteve sempre) em Portugal.

12:27 da manhã  

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