terça-feira, maio 23, 2006

Gotlândia III: Visby é linda!

 

Visby, capital da Gotlândia, lembra Évora mais do que Óbidos. Porquê? Porque enquanto Óbidos manteve o seu aspecto de vila medieval, concentrada practicamente dentro das muralhas, Évora cresceu para fora delas como qualquer outra cidade. Assim é Visby: antiga, bela e um emaranhado de ruas e edifícios medievais dentro de muralhas, mas mais moderna fora delas, com grandes superfícies comerciais, terminais rodoviários, casas mais modernas, etc. Ainda assim, não deixa de ser um sítio único que nos transporta facilmente para uma Gotlândia de há séculos atrás, a da Liga Hanseática e do apogeu militar sueco, da riqueza e influências trazidas pelas rotas comerciais com o sul do Báltico e o oriente cristão ortodoxo, das convulsões religiosas do século XVI e das guerras com a Dinamarca.



Uma das ruas comerciais da cidade e o hotel onde ficámos do lado esquerdo:



Uma das casas mais altas da cidade medieval, construida no século XIII...



... e uma das mais baixas, ainda em madeira e segundo um método de construção com séculos de idade:



A por vezes chamada Torre da Pólvora, localizada a poucos metros da praia e parte da antiga defesa portuária da cidade. Lá dentro era um constante baixar de cabeça, ter cuidado para não tropeçar e subir por escadas de madeira:



Outra casa também pequena, mas desta vez de pedra...



... e com uma taverna medieval na cave :D





Para além da longa muralha e dois fossos (fotografias numa entrada mais à frente), Visby tem também uma série de igrejas. Fazendo contas de cabeça, lembro-me de pelo menos umas dez na cidade medieval, o que é muito tendo em conta a pequena dimensão do burgo. A abundância de templos deve-se em primeiro lugar à riqueza que a cidade deteve graças ao comércio, mas também à diversidade de pessoas que habitavam ou passavam por Visby, o que levou à construção de diferentes templos consoante origens e tradições religiosas. A catedral da cidade, construida no século XII, tem actualmente este aspecto (notam um toque ortodoxo nas torres?):



Mas muitas das outras igrejas de Visby encontram-se em ruinas. Várias foram fechadas ou simplesmente abandonadas durante a Reforma Protestante no século XVI, outras foram destruidas por incêndios e acabaram por nunca ser reconstruidas. A preservação das ruínas até aos nossos dias deve-se em larga medida a um édito real sueco de 1666, que protegia vestígios históricos e impediu a sua destruição para dar lugar a novas construções. Eis fotografias de algumas das igrejas abandonadas:







Digam lá se isto não parece o Convento do Carmo em Lisboa? :p



Do alto da última igreja em ruinas que visitámos, deu para uma fotografia do pôr do sol sobre o Báltico: