sexta-feira, maio 26, 2006

Gotlândia V: o sul da ilha

 

A rotina matinal do terceiro dia foi a mesma do segundo: acordar às 8, tomar banho e comer, sair na carrinha com o resto dos colegas e professores às 9. A diferença é que desta vez fomos para sul. Novamente, vimos diversas igrejas e cemitérios antigos, mas também os vestígios de uma aldeia e de uma fortaleza usada no período vikingue. Ah, e tivemos um incidente com um número considerável de vacas que quase me iam levando à frente, momento que a minha mãe andava deserta para ver mencionado aqui no blogue :p Cá vão umas fotografias.



O prado das vaquitas, localizado numa pequena área protegida, património não só natural, mas também histórico, já que na mesma zona, nas margens de um lago, encontram-se os vestígios de um porto vikingue:



O acesso ao porto era feito através de um canal que ligava o lago ao mar. Hoje em dia ainda é bem visivel, mas o tempo reduziu-lhe a profundidade e a largura:



Entretanto, quando estavamos a caminho da carrinha para irmos ver os vestígios da fortificação que protegeu um outro porto posterior mesmo ali ao lado, parámos para tirar fotografias a coisas como esta orquídea selvagem, flor comum na Gotlândia...



...ou as ditas vacas, uma manada inteira delas a pastar e a correr de um lado para o outro. Enquanto os outros seguiam para a carrinha, a professora Anika ficou para atrás a tirar fotografias às flores e eu fiquei com ela, entretido que estava a fotografar as vacas e a gritar «Mu!» Devo tê-las provocado, porque minutos depois elas estavam todas em linha de frente para nós os dois:



E não pensem que elas ficaram quietinhas. Assim que eu e a professora Anika começámos a andar elas vieram atrás: se paravamos, elas paravam, se acelaravamos o passo elas faziam o mesmo. A Anika dizia para eu não correr, eu só pensava no jeito que me dava ter um Subcomediante por perto. Só depois de uns minutos em que nós os dois nos virámos para elas a gesticular para darem de frosques é que as vacas começaram a correr noutra direcção. Cagaço do caraças :p



Passada a vacalhada, vimos estes vestígios de uma muralha do final do período vikingue...



...e o que resta das fundações de uma igreja mais antiga, mesmo ao lado de uma posterior que começou a ser construida no século XIII, mas nunca chegou a ser acabada.



Uns bons quilómetros para sul depois, eis uma pequena maravilha:



Uma sepultura-barco, com as pedras dispostas de modo a formarem o contorno de uma embarcação. Data da Idade do Bronze e julga-se que a simbologia inerente é a do navio que leva o morto para o Outro Mundo, se Ilhas Afortunadas, Terra do Verão Eterno ou outra forma de paraíso é uma questão sem resposta. Deixando a faixa costeira e indo outros tantos quilómetros para o interior, eis os vestígios de uma povoação com casas de fundações de pedra:



Não se sabe ao certo porque é que a aldeia foi abandonada. As escavações arqueológicas revelaram sinais da ocorrência de vários incêndios. Após uma refeição nos limites daquele local, seguiu-se outra igreja medieval...



... com estas pinturas bizantinas na parte superior de um dos arcos da nave:



Seguiu-se uma última igreja, com um crucifixo medieval de madeira do tamanho que se pode ver...



...e depois, finalmente, os vestígios da fortaleza usada no período vikingue:





O local chama-se Torsburgen. Foi construido por altura Idade do Ferro Romana e reutilizado durante o período vikingue, mas desconhece-se se alguma vez albergou uma povoação permanente ou se era apenas um local de refúgio. Seja qual for a resposta, a verdade é que para manter a fortaleza seriam precisos uns bons milhares de homens, porque a coisa tem um perímetro total de cinco quilómetros!!! Podem ver uma fotografia area aqui.

Finalmente, já com a chuva a cair e após uma paragem numa povoação na costa oriental da Gotlândia, partimos em direcção à última etapa do dia: um dos mais lindos cemitérios da Idade do Ferro que a ilha tem para oferecer, de nome Trullhalsar. O problema foi mesmo dar com o local, escondido no meio de uma floresta e com acessos dificeis, mas graças a mim, à Alexandra e ao óptimo mapa que estavamos sempre a ver (tão detalhado que até tinha os carreiros de cabras que quase ninguém usa), lá demos com a coisa. As campas lá existentes são mais de trezentas e de formas diversas, pelo que vos deixo apenas com umas quantas fotografias:







Agora vou-me deitar que amanhã é dia de mais uma visita de estudo, desta vez a uma região a sul de Estocolmo. Vamos ver mais cemitérios, antigos locais de assembleia e estradas reais, devidamente ornamentadas com pedras rúnicas. Mais fotografias amanhã ou domingo ;)

1 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Hélio:
Finalmente tive um tempito para te dar os para béns(embora com uma semana de atraso) e para te agradecer o postal que enviaste. Estiva a ver as fotos e de facto isso é lindo. Se aí estivesse essas orquídeas também não me escapavam. Cá ficamos a aguardar pelo teu regresso que está para breve. A mamã Laurinda está ansiosa!!

5:12 da tarde  

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