quarta-feira, maio 10, 2006

Já não aguentava

 

A Suécia, país de Inverno rigoroso com muita neve e poucas horas de sol, tem como agradável reverso da medalha o preciso oposto a partir de Abril ou Maio: a neve já se foi há muito, o caudal do rio já está a voltar ao normal, o verde começa a dominar, as temperaturas têm andado à volta dos vinte graus e o sol, esse põe-se às 9 horas da noite e nasce às 4:25 da manhã... e ainda nem sequer estamos em Junho.

Os suecos, povo que tem neve e temperaturas muito abaixo de zero todos os anos, adora o sol e o calor, diria até mais que o português médio, porque o nosso Inverno é curto e suave quando comparado com o deles. Para alguém da Suécia, o calor e as longas horas de sol têm um valor que alguém que nunca saiu de Portugal tem dificuldades em compreender plenamente. E assim é que quando como agora os dias estão longos, o céu está limpo e as temperaturas elevadas, os suecos e os estudantes estrangeiros correm para os grandes jardins de Uppsala, para os espaços de lazer à beira-rio ou simplesmente para o pedaço de relva com árvores mais próximo (geralmente à porta de casa) e deitam-se ao sol. Se de calções, de calças arregaçadas, de bikini ou com ou sem camisola é irrelevante: o importante é aproveitar o bom tempo. Vão até ao ponto de almoçar, jantar ou cear na rua, numa mesa de jardim ou simplesmente no chão, em cima de uma manta. Porque porquê comer em casa se se está tão bem lá fora?







Da esquerda para a direita: Magnus, Anders e Masoud, três suecos que vivem no mesmo corredor que eu, aqui prontos para se irem estender ao sol. E eu, como já estava farto de estar fechado no quarto a estudar enquanto via toda a gente na rua a apanhar banhos de sol ou a passear de calções de praia, aceitei o convite do Masoud e hoje juntei-me a ele e ao Johan - outro sueco residente - para umas horas de lento virar de páginas sob o astro-rei:





Claro que os suecos e os estrangeiros que cá estão a estudar - como eu - só podem usufruir desta qualidade de vida porque no ordenamento urbano na Suécia se dá valor a coisas tão elementares como os espaços verdes. E não estou a falar de um metro quadrado de relva a um canto ou de uma alameda de árvores entre duas vias movimentadas. Estou antes a falar de coisas como esta:



Espaços verdes maiores que uma caixa de sapatos, arborizados, grandes o suficiente para ter várias pessoas a comer, jogar à bola ou esticadas ao sol sem medo de bater no vizinho do lado, completos com ciclovias e estacionamento para bicicletas. E ao virar da esquina, multiplicados por «n» vezes e espalhdos pela cidade, distribuidos por entre habitações feitas a pensar não só na qualidade de vida dentro, mas também fora de casa. Por outras palavras, urbanismo em que o espaço verde vale por si mesmo e é tido como essencial, em vez de ser visto como área por urbanizar ou terreno desperdiçado, como tantas vezes acontece em Portugal graças a grunhos que acham que o desenvolvimento se mede pelo índice de construção... vê-se! Deve ser por isso que a Suécia é um país pobre e Portugal não...

4 Comments:

Blogger papoilasaltitante disse...

Ahhhhhhhhhh!!! Pois é... agora é que tu achaste a verdadeira razão porque somos um País RICO!!!
Aproveita o sol! Espero que estejas melhor!!
Beijocas

11:44 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Em Lisboa tamos a 25 graus!
Amanhã vou à Caparica! Eu não tenho saudades nenhumas do clima galego.

Diz alguma coisa quando venhas a Lisboa e conheces o pessoal da GZ.pt.

Cálidos cumprimentos galaico-alfacinhas.

6:12 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

É outro nível!
Beijinhos

8:47 da tarde  
Blogger Rita disse...

ESSA FOTO (a última) FOI TIRADA DA JANELA DA MINHA CASINHAAAA BUAHHHHHHHH SAUDADESSS!!!!!!!!

10:59 da tarde  

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