Onnittelu Suomea!

 

Estou agradavelmente pasmado! Estou espantado! Estou farto de me rir! O vencedor do Festival da Eurovisão deste ano é a Finlândia com a Hard Rock Hallelujah :D



E porque é que eu estou tão contente com isto? Para além de me terem dado uma valente barrigada de riso, estou com um sorriso de orelha a orelha por três motivos:

1) É uma excelente nota de humor do festival sobre si mesmo. Ainda na quinta-feira passada, enquanto estavamos a ver a semi-final na Gotlândia, o Shane comentou em jeito de piada que era giro aparecer do nada um grupo de música pesada para contrastar com tudo o resto. Meu dito, meu feito! A Eurovisão deu a vitória ao concorrente mais anti-eurovisivo, um momento que de tão paradoxal que é quase que roça o dionisiaco.

2) Mais que uma baforada de ar fresco, a participação e a vitória da Hard Rock Hallelujah é uma autêntica ventania na Eurovisão: choca, escandaliza e abre um precendente. Depois disto, deixa de ser de uma vez por todas um festival restrito a um género ou outro de música e passa a estar aberto ao que der e vier.

3) É um autêntico grito de alvorada para os bimbos do costume que fazem com que Portugal tenha canções da treta como concorrentes. Acordem, meus caros! O mundo da música não parou nos anos 70, há mais coisas para lá das baladas e musiquetas de gala e há muito, muito tempo que a Eurovisão deixou de ser um espaço de música de salão para se tornar num palco experimental de projectos de índole mais comercial. Canções como as que este ano concorreram pela Suécia e Bélgica não são novidade, já se viu algo semelhante noutros anos, mas em Portugal faz-se de conta que não e prefere-se insistir em enviar musiquetas ligeiras mais que vistas e mais que gastas para concorrer contra coisas cada vez próprias de uma pista de dança moderna. A caravana passa e o mundo gira, mas o júri português nem ladra, nem inova (será que pensa?). Sintomático do nosso país, não?

Parabéns Finlândia!