quinta-feira, março 16, 2006

Coisas suecas III

 

A Primavera bem que tenta, mas os sinais de mudança de estação são parcos e ainda não se conseguem impôr sobre o tempo de Inverno: hoje estamos com céu limpo e 1 grau acima de zero, a neve derrete lentamente, mais lenta que um caracol, mas já se prevê temperaturas negativas e mais queda de neve para o fim-de-semana... :/ Assim se vai no reino da Suécia, onde se vê coisas como estas:



Pouco interessa se era água corrente: o frio não a deixou continuar a correr.



Ao lado da minha sala de aula há uma pequena cozinha para uso dos professores e funcionários. A porta está sempre aberta e nós, os alunos do mestrado, já que está mesmo ao nosso lado, também lhe costumamos dar uso, nomeadamente a esta pequena caixa de doces. Como é que funciona? Simples: escolhe-se o chocolate e deixa-se lá o dinheiro. Não estão fechados, não estão atrás de um vidro, não há ninguém de guarda: é tirar e levar e confia-se nas pessoas o suficiente para se acreditar que todas pagam de livre vontade. A caixa está lá desde que pr'a cá vim, por isso suponho que o sistema funciona. Código de honra sueco, diz o Shane.



Na Suécia, o gelo estica-se em muitos sítios, como nas paredes exteriores desta igreja em Estocolmo...



... ou nas traseiras de um supermercado aqui mesmo ao lado. Aliás...



... é quando ele começa a derreter e a cair dos telhados juntamente com toda a neve acumulada que se vê destas coisas na rua, um pouco por todo o lado.



Eis um doce muito popular na Suécia, tanto que, pelo que me disseram, é normal os miúdos quererem uma coisa destas nas festas de anos. Nada mais é do que camadas de natas, gelado de baunilha, banana, suspiros e chocolate. Bomba calórica :p



E os bonecos de neve continuam a aparecer. A semana passada dei com este: homem-coelho com um coelho ao colo, mesmo a fazer lembrar o filme Donnie Darko :]



Isto, meus caros, serve para a recolha selectiva de latas e garrafas de plástico e encontra-se no supermercado aqui ao lado da Sernanders väg. A pessoa deve colocar as embalagens uma a uma pelo orifício circular, a máquina regista a quantidade e, no fim, diz-nos qual a quantia a que temos direito. Sim, porque isto dá dinheiro ao cidadão anónimo. Coisa de cinco cêntimos por garrafa ou lata e há a opção de doar o montante à Cruz Vermelha, bastando para isso carregar num dos botões. Caso se queira o dinheiro, carrega-se noutro e a máquina emite um talão que pode ser entregue na caixa do supermercado, onde a quantia será descontada na factura das compras. Reciclar compensa... pelo menos na Suécia tentam fazer passar essa ideia.

E não se esqueçam: Semana da Galiza em Braga, entre os dias 18 e 26 deste mês. Consta que a cidade vai estar cheia de galegos, por isso aproveitem e convivam com os irmãos dos portugueses ;)

3 Comments:

Blogger pedro disse...

A responsabilidade social existe na reciclagem e na caixinha de doces de Uppsala :-)

3:27 da tarde  
Blogger Rita disse...

E para quem não tem responsabilidade social voluntária, o socialismo sueco aplica uma suave forma de persuação convincente: nas casas privadas (o que exclui os dormitórios dos alunos) tem que se pagar por cada quilo de lixo indiferenciado que se entrega. Por isso mais vale mesmo reciclar!
O que eu me ria a ver isto implantado em Portugal.
Mas é por estas e por outras que a Suécia está a deixar de depender do petróleo e das importações de outras matérias primas do estrangeiro.

6:04 da tarde  
Blogger papoilasaltitante disse...

Ah a civilização!!!

9:36 da tarde  

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